Para ajudar alguém que corre perigo, é preciso manter a calma e assumir o controle da situação. É sempre útil manter na bolsa ou no celular os telefones do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) - 192, que levará a vítima para o hospital mais próximo, e do Corpo de Bombeiros - 193. Além disso, tenha sempre por perto o telefone do médico de família, ou do serviço de atendimento do seu plano de saúde, se for o caso.
Após solicitar o socorro, ou pedir que alguém solicite enquanto você socorre a pessoa que está em perigo, alguns procedimentos podem ser cruciais para a sobrevivência da vítima. Veja como agir em algumas situações de emergência:
Acidentes
- As vítimas de trauma requerem técnicas específicas de manipulação, pois qualquer movimento errado pode piorar o seu estado. Portanto, não toque na vítima. Só retire o acidentado do local do acidente se houver risco de vida para ele ou para o socorrista (ex: risco de explosão, ou se a estrada é perigosa e não há como sinalizar). Acidentados presos em ferragens só devem ser retirados pela equipe de atendimento emergencial
- Se possível, obtenha a colaboração de outras pessoas dando ordens claras e concisas. Identificar pessoas que se encarreguem de contatar o atendimento de emergência, avisar a polícia (se necessário), desviar o trânsito ou construir uma proteção provisória
- Evite o contato direto com sangue, secreções, excreções ou outros líquidos
- Se o acidentado estiver consciente, tente tranquilizá-lo
Queimaduras
- Lavar o local com água corrente, a temperatura ambiente, por 30 minutos.
- Se a área da queimadura for grande (mais de 10% do corpo), coloque um pano bem limpo e umedecido
- Não use nenhuma pomada e procure assistência médica
Derrame
- Uma vítima de AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente chamado de derrame, pode apresentar um ou mais sintomas: dificuldade para falar, fraqueza em um lado do corpo, dor de cabeça forte, visão dupla, diminuição da consciência e/ou desmaio
- Leve a vítima imediatamente ao pronto-socorro ou chame o resgate. Quanto antes o paciente for atendido, maiores são as chances de recuperação
Sufocamento (engasgo)
- Um sinal característico quando a pessoa engasga com alimentos ou após aspirar algum objeto, é o ato de levar as mãos ao pescoço e apertá-lo. Se for o caso, realize a manobra de Heimlich da seguinte maneira: posicione-se atrás da vítima; abrace a vítima pela cintura, unindo suas mãos acima do umbigo e abaixo da última costela; pressione o abdome com um golpe único e forte. Pode-se repetir a compressão até que a vítima expulse o objeto que está obstruindo a via aérea
- Caso a manobra não funcione e/ou caso perceba que a vítima está perdendo a consciência, deite-a no chão, estique o pescoço e abra a boca dela em busca de algum objeto que esteja no interior da cavidade oral. Uma recomendação é importante: só introduza o dedo na boca da vítima para retirar um objeto se o mesmo estiver visível; nunca introduza o dedo as cegas na cavidade oral da vítima
- Uma manobra semelhante a de Heimlich pode ser realizada com a vítima deitada: posicione-se de joelhos, sobre a vítima e aplique as mãos no mesmo ponto que na manobra descrita acima; faça uma compressão forte no abdome da vítima
- Se a vítima iniciar com quadro de dificuldade respiratória grave, (o que é comum), respiração boca a boca deve ser iniciada imediatamente
- Caso a pessoa perca pare de respirar e o coração pare de bater, deve-se iniciar as manobras de atendimento de parada cardíaca
Afogamento
- Mantenha a vítima deitada com a cabeça para cima em uma superfície firme e plana
- Segure a cabeça do paciente, com o queixo para cima, de tal forma que o pescoço fique esticado, permitindo maior entrada de ar e, se a pessoa vomitar, vire a cabeça para o lado
- Caso não observe reação da vítima, faça a respiração boca a boca: feche suas narinas com o polegar e o indicador, para que o ar não saia.
Encoste sua boca na boca da vítima e sopre forte até encher de ar o peito do paciente
Inicie a massagem cardíaca (ver parada cardíaca), comprimindo o centro do peito com uma mão sobre a outra- Leve a vítima ao pronto-socorro ou chame o resgate
Choque elétrico
- Corte a corrente elétrica imediatamente (desligue a chave geral, por exemplo)
- Se não for possível cortar a corrente elétrica, use pano bem grosso, borracha, madeira ou material não condutor de eletricidade para tirar a vítima de perigo
- Se o choque elétrico tiver sido muito forte, pode ter causado parada cardiorrespiratória. Caso a vítima esteja com ausência de pulso e de batimentos cardíacos, ou ainda lábios e unhas arroxeadas, chame o resgate e inicie imediatamente a massagem cardíaca (ver parada cardíaca) com a respiração boca a boca, alternadamente.
Parada cardiorrespiratória
- Mantenha a vítima deitada com a cabeça para cima em uma superfície firme e plana
- Segure a cabeça do paciente, com o queixo para cima, de tal forma que o pescoço fique esticado, permitindo maior entrada de ar
- Caso não observe reação da vítima, ligue para o telefone de emergência (ou peça para alguém telefonar), peça para alguém trazer o desfibrilador automático (caso haja um no local) e inicie o procedimento básico de reanimação cardiorrespiratória:
- Faça a respiração boca a boca, fechando as narinas da vítima com o polegar e o indicador, para que o ar não saia. Encoste sua boca na boca da vítima e sopre forte até encher de ar o peito do paciente por duas vezes
- Inicie a massagem cardíaca (compressão no tórax), comprimindo o centro do peito com uma mão sobre a outra (use a base da palma da mão, ou seja, a parte mais próxima do punho). Com os braços esticados, aproveite o peso do seu próprio corpo para aplicar a compressão. Aplicar pressão suficiente para baixar o esterno por aproximadamente 4 centímetros (em adultos) e mantê-lo assim por cerca de meio segundo.
- Alterne duas respirações boca a boca e 30 compressões, até que o resgate chegue
- Se no local houver um desfibrilador automático, aplique os adesivos no tórax da vítima e siga a orientação do aparelho
Obs: se por algum motivo você não puder fazer a respiração boca a boca, faça apenas as compressões no tórax
Convulsão
- Deite o paciente de costas e afaste os objetos próximos
- Se conseguir, vire a cabeça da vítima de lado e proteja-a para que não se machuque
- Não tente segurar a língua da vítima
- Não tente tirá-la da convulsão dando tapas ou jogando água
- Depois de recuperada a consciência, leve a vítima ao serviço médico para tratamento e medicação correta
Desmaio
- Afrouxe as roupas da pessoa, soltando tudo o que possa prender sua circulação e respiração
- Deite a pessoa de costas, e levante suas pernas para que elas fiquem acima da altura da cabeça
- Abra as janelas e mantenha o local bem arejado
- Caso a pessoa se mantenha desacordada, leve-a ao hospital ou chame o resgate
Fraturas
- Evite que a vítima movimente o local traumatizado
- Imobilize o local com papelão, pedaços de madeira ou algum material rígido que funcionem como tala
- As talas precisarão ser maiores do que a área atingida, de tal forma que ultrapassem um pouco para cima e um pouco para baixo, imobilizando totalmente o local
- Se houver fratura externa, tome cuidado para estancar a hemorragia
- Remova cuidadosamente o paciente para um posto médico ou hospital
Hemorragias
- Pegue um pano limpo ou gaze seca e pressione o local firmemente
- Uma atadura ou uma tira de pano qualquer que esteja a mão servirá para amarrar a compressa e deixá-la firme
- Se o ferimento for nas pernas ou braços, levante-os pois a hemorragia será mais facilmente controlada
Envenenamento ou intoxicação
- Não provoque o vômito
- Guarte a embalagem do produto, restos da substância ou do material vomitado (se for o caso) para comunicar o médico
- Se a vítima estiver consciente, leve-a ao pronto-socorro ou entre em contato com o Centro de Controle de Intoxicações do seu Estado ou município para obter orientação de um especialista. O número do Disque-Intoxicação (do Ministério da Saúde) é 0800-722-6001
* Fontes: Guia SUS do Cidadão (www.saude.rj.gov.br), "Manual de Primeiros Socorros" (Núcleo de Biossegurança - Fundação Oswaldo Cruz), site Boa Saúde (http://boasaude.uol.com.br) e Prof. Dr. José Mauro da Silva Rodrigues (PUC - Pontifícia Universidade Católica de Sorocaba -SP).
UOL Ciência e Saúde
