Revoltados com a matéria, evangélicos fazem #vergonharecord chegar aos TTs mundiais
Se o Twitter é um termômetro moderno para medir a opinião das pessoas, parece que a noite de hoje irá gerar uma nova onda de protestos contra a Rede Record. Em outros momentos a emissora, ligada à Igreja Universal, já despertou criticas ao veicular matérias sobre questões de fé.
Foi ao ar no Domingo Espetacular deste domingo (13), uma extensa reportagem que, segundo o programa, demorou duas semanas para ser preparada. O tema não é novo, a polêmica do “cair no Espírito” que é discutida entre evangélicos pentecostais e tradicionais há, pelo menos, 20 anos. Desta vez, contudo, a discussão era sobre o movimento ser tratado como “seita”, cujo fundador seria um pastor chamado Jacob Goldberg.
A chamada da TV Record dizia “O culto, que atrai cada vez mais seguidores no Brasil e no mundo, chama a atenção por expor seus seguidores a rituais perigosos e intrigantes. Comandados por um líder religioso, os fiéis ficam imóveis, caem e se debatem, em transe, no chão; muitas vezes, todos ao mesmo tempo.
O Domingo Espetacular investigou o fenômeno e entrevistou ex-fiéis, psicólogos e neurologistas. Em uma conversa exclusiva com a repórter Heloísa Vilela, um dos fundadores do movimento, arrependido, revela que as práticas vão contra às Escrituras Sagradas e pede que os brasileiros e os pastores não adotem essa doutrina, pois, segundo ele, não se trata de uma manifestação sagrada”.
Ao longo dos 40 minutos do programa, dezenas de imagens de igrejas pentecostais do Brasil e do exterior foram mostradas. Pessoas caindo e pastores orando e gritando davam um tom sensacionalista à narrativa.
Um dos trechos mais controversos foi à entrevista com o pastor Jacob Goldberg, que se diz arrependido de ter “começado” esse movimento e hoje o critica. A igreja Vineyard de Toronto, Canadá, e o pastor Randy Clark realmente são tidos por muitos como a popularizadora do “cair no espírito” durante um avivamento que resultou na criação do termo “benção de Toronto”, divulgada por muitos pastores. A ênfase era nas risadas e nos sons de animais feitos pelas pessoas presentes ao culto e que se diziam cheias do Espírito Santo.
O tema já foi amplamente discutido por teólogos e pastores em dezenas de livros e artigos ao longo das últimas duas décadas.
Os evangélicos, sobretudo os de tradição pentecostal não gostaram da abordagem. No Twitter, a hashtag #vergonharecord rapidamente se tornou uma das mais comentas e alcançou o primeiro lugar do Trending Topics (assuntos mais comentados do momento).
Muitos faziam chacota, acusando os crentes de serem burros e facilmente manipuláveis. Outros tentavam defender a prática usando experiências próprias e citando versículos bíblicos.