Predominância de nuvens e chuvas no Rio é a previsão para o verão que começa dia 21, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As condições atípicas, porém, não diminuem a necessidade de prevenção contra os raios ultravioleta, que causam câncer e o envelhecimento precoce. Segundo a dermatologista Daniela Lemes Nunes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, mesmo sem sol, é preciso usar protetor solar e evitar a exposição prolongada ao sol. "No verão é quando os raios ultravioleta são mais intensos devido à proximidade da Terra com o Sol, principalmente entre as 10h e as 16 horas. O protetor solar deve ser aplicado diariamente pelo menos 20 minutos antes da exposição ao sol", disse a médica, acrescentando que o suor e a água retiram o protetor, por isso é importante reaplicá-lo a cada três horas. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), as expectativas para 2012 são de 65 novos casos de câncer de pele não melanoma para cada 100 mil homens e 71 para cada 100 mil mulheres. De acordo com a dermatologista, a tendência é que o protetor solar se torne cada vez mais fundamental ao longo dos anos, mesmo dentro de casa. "A camada de ozônio é a única capaz de filtrar os raios ultravioleta tipo C, altamente danosos e que ainda não chegam até nós. Mas com a poluição e o aquecimento global, a diminuição da camada de ozônio continua e aí teremos mais um problema para a saúde". No site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é possível ver a incidência diária dos raios ultravioleta. Na segunda semana de dezembro, grande parte do país aparece com incidência desse raio considerada alta e muito alta – a escala é composta por índice baixo, moderado, alto, muito alto e extremo. Daniela Nunes explicou que como a exposição solar é cumulativa, é fundamental cuidar desde cedo. "Se a pessoa tomou muito sol desde pequeno durante muitos anos, esse efeito da radiação ultravioleta no DNA celular e na alteração das fibras de colágeno e elastina se somatiza e pode se tornar um câncer de pele mais tarde". Além do protetor solar, a médica recomenda boné, chapéu ou guarda-sol para proteger orelhas, nuca, nariz e boca, e mesmo mulheres que usam maquiagem com filtro não podem dispensar o protetor solar. "A proteção do filtro da maquiagem será complementar, porque os filtros são baixos", esclareu Daniela. em sinal de alerta o grande risco dos raios ultravioletas, e mais uma vez este ano, a cidade de Natal e mais três cidades do país atingiram o nível 14, considerado extremo no índice de raios ultravioletas. A escala de medição vai de 1 a 16, de acordo com informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O pico máximo da radiação acontece às 11h30. Além de Natal, João Pessoa, Belém e São Luís também atingiram o patamar. No Nordeste, só Teresina escapa da radiação muito forte. O índice chega ao máximo em João Pessoa, Natal, Fortaleza, São Luís e Belém. A radiação emitida pelo sol é composta por ondas eletromagnéticas de diversos comprimentos. Ao conjunto dessas ondas é dado o nome de espectro luminoso. A luz que podemos enxergar, chamada luz visível, corresponde apenas a uma pequena faixa do espectro e vai do comprimento de onda vermelho até o violeta. As ondas abaixo do vermelho são denominadas de raios infravermelhos e aquelas acima do violeta correspondem à radiação ultravioleta. Esses tipos de raios não são visíveis ao olho humano. Radiação ultravioleta e camada de ozônioA radiação ultravioleta, também conhecida pela sigla UV, pode ser subdividida em três tipos de raios, UVC, UVB e UVA, de acordo com o seu comprimento de onda. A camada de ozônio que envolve a Terra consegue absorver grande parte desses raios, impedindo que boa parte deles chegue à superfície terrestre. Essa camada protetora vem, no entanto, sendo destruída por produtos fabricados pelo homem e se tornando mais fina em diversas regiões do planeta, originando os famosos buracos na camada de ozônio. Uma das regiões mais afetadas é a Antártida, mas os Estados Unidos, a China e o Japão também já estão apresentando sinais do problema. Perigos dos raios UVOs raios UV podem causar sérios danos à saúde, como o envelhecimento precoce, o câncer de pele, problemas oculares e até mesmo alterações no sistema imunológico. Os raios UVB são responsáveis por queimaduras na pele, ou seja, por aquelas manchas vermelhas e ardidas que surgem quando vamos à praia sem protetor solar. Já os raios UVA não provocam essa reação superficial. Porém, são capazes de penetrar em camadas mais profundas. A exposição excessiva a esses raios, ao longo do tempo, danifica a pele e favorece o surgimento de câncer. Ao atingir os olhos, essa radiação pode provocar o surgimento da catarata, doença caracterizada por lesões oculares que tornam o cristalino (espécie de lente dos nossos olhos) opaco, levando à perda parcial ou total da visão. Os cientistas estimam que, para cada 1% de perda da camada de ozônio, podem surgir cerca de 50 mil novos casos de câncer e 100 mil problemas oftalmológicos ao redor do mundo. Benefícios dos raios UVEmbora a exposição excessiva aos raios UV possa ser prejudicial, em pequenas quantidades ela é benéfica. Isso porque esses raios estimulam a produção de vitamina D pelo organismo. Esta vitamina promove a absorção do cálcio, mineral essencial para a boa formação de dentes e ossos. A radiação ultravioleta também é utilizada em diversas áreas e objetos do nosso cotidiano. As lâmpadas fluorescentes emitem raios UV, que são filtrados por uma camada interna e transformados em luz visível; por não produzir calor, essas lâmpadas também são chamadas de "luz fria" Fonte: UOL |