Korban da Honra na Política |
Apóstolo Marcel Alexandre explica as duas finalidades de Deus ter constituído a Política: a Sua própria glória e o bem público |
“Quando algum de vós trouxer um Korban... (traduzido por ‘oferta ao Senhor’)”. (Levítico 1:2) (comentário do autor) “E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim; em vão, porém, me honram, Ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição. Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor; nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas. E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós, todos, e compreendei”. (Marcos 7:6-14) A raiz da palavra Korban é a mesma que a da palavra ‘proximidade’, e é utilizada exclusivamente referindo-se ao relacionamento entre o homem e Deus. Quando uma pessoa trazia um Korban, ela estava querendo aproximar-se de Deus. Estar próximo ao Único Deus é o único ‘bem’ que existe na verdade. Todos os outros ‘bens’ da vida são simples imitações, e, na minha opinião, são nada, comparados ao verdadeiro ‘bem’ que é estar próximo a Deus. Aleluia! Posso afirmar categoricamente que proximidade e distância não são necessariamente medidas em metros, quilômetros ou milhas, já que, às vezes, podemos estar próximos, mesmo quando estamos em lados opostos. Assim também, às vezes, podemos estar distantes apesar de estarmos sentadas um ao lado do outro em um determinado lugar ou na mesma situação. A proximidade aqui está no âmbito espiritual, na parte interna das nossas vidas. Lamentavelmente, não temos uma palavra na língua portuguesa que expresse precisamente, no pensamento judaico, o significado dos Korbanoth, que eram trazidos para o Beit Hamikdash (Templo). Temos vários significados para Korban que diferem dos pensamentos judaicos que têm sentidos mais próximos ao paganismo que à religião judaica, que é a fonte que forma a cultura e o pensamento judaico-cristão: 1. A palavra ‘sacrifício’ significa que eu estou dando algo que para mim é de valor, para que outra pessoa tenha benefício do mesmo. Obviamente, Deus não pode beneficiar-se de nossos sacrifícios já que para Ele, nada falta. Na verdade, o que se ganha com o ‘sacrifício’, possui um valor infinitamente superior ao ‘sacrifício’ propriamente dito. 2. A palavra ‘oferenda’ também não é apropriada. A ideia é que a ‘oferenda’ agrade aquele para o qual a mesma está sendo trazida. É como estar comprando alguém, um tipo de suborno. A razão de termos dificuldade em traduzir com precisão a palavra Korban é porque nossas ideias de ‘sacrifícios’ e ‘oferendas’ derivam-se de culturas pagãs. Para estas culturas, as palavras ‘sacrifícios’ e ‘oferendas’ eram totalmente adequadas. A raiz da palavra Korban é a mesma que a da palavra ‘proximidade’, e é utilizada exclusivamente referindo-se ao relacionamento entre o homem e Deus. Quando uma pessoa trazia um Korban, ela estava querendo aproximar-se de Deus. O mesmo desafio de sentidos legítimos para Korban encontramos para a política que, na minha visão, é o exercício do sacerdócio da vida pública. O que vem a ser um político de verdade, senão o dar a vida em favor de uma causa nobre que é a vida do povo que Deus criou para o louvor da Sua glória? Observe que de acordo com a Bíblia, a Política em si é boa, porque foi instituída por Deus. O problema é que nem sempre a Política é devidamente utilizada. Falta Korban, aproximação com Deus, compromisso, dedicação a Ele e à causa determinada por Ele. Isso acontece porque nem todos estão aptos para entender o propósito da Política. Qual a finalidade da Política? Acredito que os teólogos da Assembleia de Westminster, Inglaterra (1643-1648), definiram biblicamente o propósito ao dizerem: “Deus, Senhor Supremo, Rei de todo mundo, para a Sua glória e para bem público constituiu sobre o povo magistrados civis que lhes são sujeitos, e a este fim, os armou com o poder da espada para defesa e incentivo dos bons e castigo dos malfeitores”. É APENAS UM CONCEITO TEOLÓGICO. Conceito este que é um entendimento de estudiosos da Bíblia (teólogos), acerca de um conceito geral de Política à luz da própria Bíblia. Veja nessa declaração que a finalidade da Política é dupla. Deus constituiu Política para: 1) a Sua própria glória, e 2) o bem público. Como já citei, estar próximo a Deus é o único ‘bem’ que existe na verdade. Todos os outros ‘bens’ da vida são simples imitações, comparados com o verdadeiro ‘bem’ que é estar próximo ao Senhor. Nos domínios celestes, os problemas da vida são solucionados. A felicidade é como um barômetro que oscila de acordo com a proximidade da pessoa a Deus. Para aqueles que buscam se purificarem internamente, até mesmo o sofrimento pode ser apreciado como felicidade quando se está próximo a Deus. Em nossos dias, quando não possuímos mais a proximidade a Deus, principalmente na Política, que os Korbanoth nos possibilitavam, temos ainda um substituto, O Korban Jesus, o Sacrifício dos sacrifícios, a Oferenda das oferendas e a Aproximação máxima e certeira. Ousemos, em nome dEle, pela oração, pois quando oramos de todo coração, em nome de Jesus e quando nos oferecemos a Deus (Romanos 12:1-3), aproximamos não somente nós mesmos, mas também tudo o que somos e temos nesta vida. Marcel Alexandre Apóstolo Vereador e Suplente de Dep. Federal pelo PMDB do Amazonas |